Acabamos de receber mais uma sequência de pesquisas (CNT, Ibope e Datafolha) sobre avaliação de governo e intenção de voto para a eleição de outubro.
A avaliação do governo está estável ou em ligeira queda. Veja o gráfico abaixo, da pesquisa IBOPE:
Uma queda de 4%, em dois meses.
No caso da intenção de votos, tanto CNT, quanto Datafolha, projetam vitória no primeiro turno para a atual Presidente. Vejamos o Datafolha:
Há duas sinalizações mais nítidas neste conjunto de pesquisas.
A primeira, o repique dos índices de avaliação do governo. O clima morno da economia parece afetar diretamente seus índices de aprovação. Em especial, no que tange ao índice de emprego, que apresentou queda em função das demissões na passagem do ano, ou seja, fruto da sazonalidade das contratações. A queda de emprego tem forte impacto sobre serviços e comércio varejista de baixa renda. Em 2013, a renda média aumentou apenas 1,8%. Lembremos que o aumento da renda média no Brasil foi de 3,8% em 2010 e 2,7% em 2011.
Há, contudo, elementos para sugerir que as críticas à Copa do Mundo - e os gastos públicos realizados de maneira pouco parcimoniosa - já batem às portas dos índices de aprovação do governo federal. Pesquisa divulgada na última terça-feira, realizada pela CNT/MDA, revelou que 75,8% dos brasileiros consideram desnecessários os investimentos feitos para a realização da Copa do Mundo. Significativamente, dois dias depois, o governo Dilma anunciou corte de 44 bilhões de reais no orçamento deste ano (muito acima do projetado pelas agências vinculadas ao mercado financeiro que registravam 30 bilhões).
Mas a pesquisa Datafolha apontou algo mais nítido. A eleição de outubro não está nas mãos do governo federal, mas dos candidatos da oposição. Num cenário com o atual quadro de candidatos, além de Dilma Rousseff vencer no primeiro turno, o candidato Aécio Neves, que preside o maior partido de oposição, apresentou queda na intenção de votos. Pior, o índice de rejeição de Dilma, Aécio e Eduardo Campos é o mesmo.
Somente com o ingresso de Marina Silva e Joaquim Barbosa haveria segundo turno. Joaquim Barbosa ficaria em segundo lugar, com 16% dos votos. No caso de Marina entrar no páreo, ficaria em segundo lugar com 17% dos votos.
Enfim, o problema está nos candidatos da oposição. São fracos e seus partidos não criam nenhuma base de projeção razoável. Seu discurso é insípido e o brasileiro parece considerar que se não está bom com Dilma, ficará pior com eles.
Um comentário:
Prezado Rudá, um boa aproximação e monitoramento dos índices de intenção eleitoral. Parece-me que o fator Marina pode trazer algumas surpresas que apontem para um segundo turno.
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