segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sociedade Excitada


Já estou em Jundiaí, onde falo, amanhã, para o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e Adoscente (CEDECA). Mas antes de sair de SP, passei na livraria Cultura. Comprei "Quando fui outro" (antologia de textos de Fernando Pessoa), "Índices das Coisas mais Notáveis" (obra inédita do padre Antonio Vieira) e "Sociedade Excitada" (do filósofo Christophe Türcke, de Leipzig.
Este último livro é muito instigante (assim como os outros, evidentemente) e chega a adotar uma linha de interpretação aberta por Debord (a sociedade do espetáculo) e Giddens (a sociedade reflexiva). A tese central pode ser assim resumida:
1. Nos dias atuais o conceito de sensação, da atenção a partir do espetacular e inusitado, é o que atrai a percepção (esta sugestão dialoga com as teses centrais da fenomenologia, mas vai além);
2. Assim, mergulhamos numa sociedade de inquietude permanente, uma "sociedade da sensação";
3. Para o autor, nem mesmo os intelectuais fogem deste vício pela excitação, estimulados pelo espetáculo e a partir do qual elegem temas e ritmo de produção;
4. A partir daí, aprofunda os "choques audiovisuais" diários, que transforma nosso sistema nervoso dependente e viciado de sensações.

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