Entramos num cenário dos mais estranhos na política nacional.
De um lado, uma economia que faz água. De outro, a grande maioria dos petistas militantes virtuais perdidos, atirando para os lados e não percebendo que revelam destempero e desespero (o que denuncia que o momento é mesmo grave do ponto de vista da projeção eleitoral).
Finalmente, um confronto aberto na cidade do Rio de Janeiro, seguida por conflitos urbanos em um ou outro centro urbano do país. A OAB-RJ, no meu lançamento do livro Nas Ruas, na última sexta-feira, afirmava que o Rio de Janeiro vive uma situação de Estado de Sítio.
O clima de Copa do Mundo até agora não deslanchou e a vida do consumidor popular vai abandonando os últimos traços da euforia da gestão Lula.
Vale citar a propaganda eleitoral da oposição. Continuam no clima intimista de conversa tête-à-tête: Campos conversando com Marina sem aparecer um único eleitor para dar seu pitaco nesta conversa de fim de tarde (ou seriam dois oráculos?) e Aécio implorando para alguém conversar com ele. Aliás, tenho a impressão que Aécio conquistou o "posicionamento negativo" nesta campanha, ou seja, está cristalizando perigosamente um perfil, em relação aos outros, de perdedor. Qualquer coisa que diga ou faça, cai numa vala comum, como se seu lugar fosse menor nesta eleição. Algo que não cola. O contrário do fenômeno "teflon" que se alardeava sobre Lula (nenhuma acusação colava na sua imagem). Como se Aécio entrasse na sala e ninguém desse a mínima para o que ele fala. A situação de Pimenta da Veiga, indiciado pela Polícia Federal, torna-se mais um lastro que joga a campanha tucana para baixo.
Um cenário estranho, desencontrado, sem foco.
Um comentário:
A Marina na propaganda parece um mestre Jedi, estilo Toda. Ridículo. Concordo com a tua análise. A derrota da Dilma depende apenas de haver um opositor real.
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