domingo, 28 de setembro de 2008
O dilema da imprensa brasileira continua
A queda do poder da grande imprensa na formação de opinião de massas continua em nosso país. Com a subida de um número considerável de pessoas que antes estavam nas classes D e E para a classe C (classe média baixa), o público preferencial da grande imprensa altera significativamente seu perfil, hábito e história recente. Muitos são gratos a um governo que foi recentemente oposição de esquerda o que parece desnortear batante os editores de várias redações. Em muitos casos, os grandes jornais continuam pautados pela lógica das classes mais abastadas o que vende, mas diminui em muito seu poder de impacto social. É um dilema que foi se consolidando nos útlimso seis anos: ficar como está e diminuir consideravelmente seu poder de formação de opinião ou tentar uma alteração da linha editorial e de marketing e arriscar se aproximar da nova classe média?
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2 comentários:
Meu caro professor, sua análise não reflete a pitoresca cena jornalística gaúcha, onde o autoproclamado arauto da verdade, o grupo RBS (afiliado da rede Globo) defende o governo Lula como uma Voz do Brasil, fazendo papel inverso no que se refere à governadora Yeda Crusius.
Confira o que foi postado em um blog de grande repercussão no RS onde, aliás, tomei conhecimento do seu: http://por-outrolado.blogspot.com/2008/08/o-elegante-fhc-e-tosca-imprensa-gacha.html
Saudações!
JCasoy,
Não se trata de apoiar ou criticar um governo. Trata-se da dificuldade da grande imprensa formar opinião. É verdade que o número de indecisos continua predominantemente na faixa de escolaridade mais baixa, o que seria um reflexo da tradição do "círculo concêntrico", ou seja, os mais informados formam sua opinião e aos poucos atingem os menos informados, ficando os indecisos na faixa dos menos informados da sociedade. Contudo, o índice de indecisos é muito pequeno e cada vez menor no país. O que quero destacar é um fenômeno inusitado na formação de opinião de nosso país. A mobilidade social e os meios de informação instantâneos parecem influir nesta mudança. A grande imprensa não tem mais a influência política que tinha até então. Independente de seu alinhamento político com um ou outro governo.
Rudá Ricci
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