domingo, 23 de setembro de 2007
O Caso Mares Guia
O PT Governista é centralizador e pragmático e vem diminuindo aceleradamente o poder do partido na montagem de uma grande frente partidária, que Lula denominou de coalizão. Não por engano, esta palavra remete à experiência parlamentarista, defendida desde a primeira hora pelo Presidente da República. Aqui, as diferenças com o PT Não-Governista são brutais. Parlamentarismo é quase sinônimo, para este bloco petista, de golpe político. Parte deste bloco é formado pelo baixo clero parlamentar e por fortes dirigentes da máquina partidária regional do PT. Lutam, com toda energia, para ampliar seu espaço no interior do governo federal. Nem todos, que aprenderam na última década a cultuar o pragmatismo político, se iludem em poder influenciar as políticas e estratégias do governo federal. Mas se contentariam em poder utilizar a máquina governamental para legitimar seu poder frente à base partidária. Lula ficaria com o governo e este bloco com a máquina política. Obviamente que o núcleo duro do governo Lula não aceita nem mesmo negociar esta possibilidade. Há, entretanto, uma parcela deste bloco que por tradição (caso daqueles próximos das organizações pastorais ou de movimentos de base) não aceita facilmente métodos centralizadores de gestão política, sugerindo maior transparência e o retorno às consultas de base partidária como eram correntes na origem do PT. O fato é que se um Projeto de País está cada dia mais distante na elaboração do governo federal e dos partidos brasileiros, o Projeto de Poder vai se forjando nas sombras.
Daí que o caso Walfrido Mares Guia é menos pessoal e muito mais revelador de uma rinha de galos de briga que se insinuam diariamente nos escaninhos escuros do poder brasiliense.
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