terça-feira, 3 de agosto de 2010

Fusão de universidades públicas mineiras


Um grupo de reitores de sete universidades federais de Minas se reuniu nesta terça-feira para discutir a criação de um consórcio para unir as instituições. Fazem parte do projeto as universidades de Alfenas (Unifal), Itajubá (Unifei), Juiz de Fora (UFJF), Lavras (Ufla), São João del-Rei (UFSJ), Ouro Preto (Ufop) e Viçosa (UFV). A ideia das universidades é manter a autonomia, mas criar um plano de desenvolvimento institucional em conjunto para atrair pesquisadores e recursos, fazer uma utilização mais racional de verbas e realizar parcerias.
Este é um movimento internacional, iniciado em 1999 com o Protocolo de Bolonha. Neste acordo, as universidades da União Européia decidiram criar um sistema unificado do ensino superior europeu para aumentar sua competitividade e gerar um padrão de qualificação da mão-de-obra do continente.
Portugal fez uma fusão importante em 2008, envolvendo três universidades (Universidade de Lisboa, Universidade Técnica e Universidade Nova) adotando um modelo semelhante ao mineiro: criaram programas unificados, como os de pós-graduação, mantendo a autonomia de cada instituição. O mesmo ocorreu na Bélgica e na França (onde 84 universidades devem se transformar em 10 pólos regionais de excelência).
A questão, contudo, é administrativo-financeira, procurando enfrentar a ociosidade que chega próximo de 50%, segundo sindicatos de IES privadas. Não se comenta nenhum projeto pedagógico ou acadêmico, o que é preocupante.
Nos EUA, recentemente, a BP (aquela do vazamento de petróleo) elegeu a Universidade de Berkeley para liderar pesquisas na busca de fontes de energia com baixo impacto ambiental (parece até ironia!!). Tal investimento gerou a criação do Energy Biosciences Institute (EBI), que inicialmente irá centrar a sua investigação na biotecnologia para produzir biocombustíveis. O financiamento dispõe de um fundo de 500 milhões de dólares para ser aplicado em 10 anos. Muitos setores acadêmicos criticaram o que avaliaram ser um processo perigoso de perda de autonomia e privatização de pesquisa acadêmica para atender interesses de corporações.

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