Dados recentes do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) sugerem que quanto maior o grau de instrução, maior é a diferença salarial entre homens e mulheres. Em 2010, o salário médio de admissão de homens analfabetos está em R$ 615,49, enquanto que o das mulheres na mesma situação está em R$ 565,51, uma diferença de R$ 49,98. Já homens com educação superior recebem, aproximadamente, R$ 2.709,82 e as mulheres com mesmo grau de instrução, R$ 1.659,05, o que representa R$ 1.050,77 a menos.
No geral, o salário médio de admissão dos homens é de R$ 856,88 e o das mulheres é de R$ 753,23, sendo que Sergipe é o único estado brasileiro onde os salários médios de admissão das mulheres superam os dos homens, R$ 737,07 e R$ 693,97, respectivamente. Entre 2003 e 2010, o salário médio de admissão masculino obteve ganho real de 31,41% e o feminino, de 25,45%. As mulheres com nível superior de escolaridade obtiveram o maior ganho percentual do período, 5,96%.
Este dado começa a colocar por terra a noção que quanto maior a instrução, automaticamente há aumento de renda.
Um outro estudo, de Moisés Balassiano; Alexandre Alves de Seabra; Ana Heloisa Lemos, publicado na Revista Administração Contemporânea (Rev. adm. contemp. vol.9 no.4 Curitiba Oct./Dec. 2005), intitulado “Escolaridade, salários e empregabilidade: tem razão a teoria do capital humano?” concluiu que se faz necessário fazer
(...) ressalvas os pressupostos subjacentes à teoria do capital humano (educação influenciando renda) e à noção de empregabilidade - a qualificação potenciando as chances de inserção e permanência dos indivíduos no mercado de trabalho - visto que as relações observadas, apesar de apresentarem efeitos positivos em certos casos, não podem ser vistas como evidências desses pressupostos. Pelo contrário, constatações como a de que o salário elevado reduz a empregabilidade dos indivíduos com maior escolaridade, por um lado, e a de que a escolaridade não tem efeito tão marcante sobre a renda nos levam a relativizar os pressupostos mencionados. (...) Os números que relacionam o impacto do nível de escolaridade na empregabilidade da população estudada indicam variações pouco significativas entre as taxas de empregabilidade para os diferentes graus de escolaridade. É digno de nota o fato do grupo sem escolaridade formal (analfabetos) apresentar a mesma taxa de empregabilidade do grupo que possui o segundo grau completo.
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