terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dona Ruth


Estou no RJ, onde participo, amanhã, de um seminário na UERJ onde discutiremos o Brasil pós-Lula. No caminho, devorei a biografia de Ruth Cardoso, escrita por Ignácio de Loyola Brandão. A decepção fica por conta do estilo adotado por Loyola: ligeira em demasia, pouco refinado. Mas sempre tive uma admiração especial por "dona" Ruth. Foi ela quem abriu a discussão no Brasil sobre os equívocos da cultura comunitarista de muitos dos "novos movimentos sociais" dos anos 1980. Separei, para reproduzir aqui, uma passagem do relato de Ruth quando da visita de Sarte e Simone de Beauvoir ao Brasil:

Na volta a São Paulo, ficou famoso o jantar que Ruth deu ao casal francês. Afinal, Simone era um ícone das feministas depois de seus livros Memórias de uma moça bem-comportada e O Segundo Sexo, sucesso de vendas no Brasil (...). "Lá em casa preparei a sopa de mandioquinha, um prato muito apreciado por estrangeiros. toda orgulhaosa, trouxe a sopa para a mesa, mas a Simone começou;
- O que é isso?
Fica difícil explicar a mandioquinha, porém tentei. E ela:
- Tem cebola?
- Tem.
- Ele não pode comer.
- Tem não sei o quê?
- Tem.
- Ele não pode comer.
Uma coisa de mãe e filho, irritante. Uma chata! Onde estava a mulher que defendia os direitos dla mulher? Uma submissa?

Que falta que dona Ruth fez à atual campanha presidencial.

Nenhum comentário: