quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Falecimento Néstor Kirchner
Néstor Carlos Kirchner mantinha um escritório nas redondezas da Casa Rosada. Comentava-se, na Argentina, que era ali que as grandes negociações e resoluções de governo eram definidas. Diziam que recentemente, esta predominância de Néstor criava algumas fissuras e divergências com sua esposa, a Presidente da República. O fato é que o peronismo é majoritário e mitológico na Argentina. O Partido Radical procura se reconstituir, mas chega a ser estranho como toda discussão política naquele país passa pela figura do peronismo. Com o falecimento de Néstor, é bem possível que as diversas alas internas disputem o comando nacional.
Foi uma supresa. Estava almoçando, após o debate sobre o Brasil Pós-Lula, na UERJ, quando recebi a notícia da Band News SP, que me entrevistou a respeito. Kirchner descumpriu as orientações médicas que recomendavam repouso absoluto. Foi a uma manifestação pública e estava numa reunião política quando sofreu o enfarto.
Cristina tem apenas 30% de apoio popular e o fantasma permanente da inflação. Há rumores que poderia romper com o "pacto sindical" liderado por Hugo Moyano, presidente da poderosa CGT. Do outro lado, o conflito aberto com o vice-presidente, Julio Cobos, da Unión Cívica Radical, e com Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, que lidera uma fração peronista antes aliada do casal e que dele vinha se distanciando, atormentará ainda mais a Presidência da Argentina. Cobos quebrou a maioria governamental no Senado. Para piorar, os Kirchner se confrontaram com a Igreja, os meios de comunicação e parte do empresariado.
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