Minhas últimas duas postagens ilustram a forma como se trava a guerra eleitoral pela internet. Além do baixo nível há, também, algum humor. Mais significativo, ainda, é como se disputa pela imagem e pela interpretação, pela mensagem subliminar.
Há, evidentemente, uma reação organizada dos dilmistas/lulistas. Pesquisa IBOPE, por exemplo, indicou que a recuperação de Dilma se deve à recomposição com eleitores cristãos e mais pobres. Na metade do eleitorado que ganha até dois salários mínimos, Dilma cresceu três pontos porcentuais na última semana. Serra perdeu mais do que isso, o que fez aumentar o contingente de indecisos nessa faixa de renda. Ao mesmo tempo, Dilma cresceu três pontos entre católicos e evangélicos. O tucano perdeu sete pontos nesses últimos, e metade disso entre os primeiros. Novamente, aumentaram os indecisos em ambas as categorias. O que a conjugação dessas duas variáveis mostra é que o peso da questão econômica voltou a preponderar para o eleitorado cristão mais pobre. São os eleitores que, na reta final do primeiro turno, haviam abandonado a candidatura de Dilma por causa da polêmica sobre o aborto. O fato de parte deles ter voltado para o barco de Dilma é sinal de que o desconforto moral com a petista diminuiu e/ou que Serra não se mostrou uma alternativa melhor nesse aspecto. Se ambos os candidatos a presidente se equivalem na questão religiosa, volta a pesar a questão econômica. E aí a continuidade representada pela petista leva vantagem sobre a experiência administrativa do tucano.
O que desejo destacar é que a mesmice e baixo nível da campanha dos dois finalistas parecem ajudar mais Dilma que Serra. E que a reação petista parece mais organizada neste segundo turno.
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