quinta-feira, 22 de julho de 2010

Serristas brincam com fogo


Na ânsia por sair das cordas, a tropa de choque serrista enveredou para um tema dos mais polêmicos: as difíceis relações políticas entre nossos vizinhos. Trata-se de uma tentativa desajeitada para reavivar uma espécie de recall do petismo esquerdista. O terreno é dos que exigem cautela ao invés de fazer dele um joguete, no estilo "tudo ou nada", que chega à beira da irresponsabilidade. Um exemplo do momento é o anúncio da ruptura do governo venezuelano com a Colômbia, em virtude da acusação, pelo governo colombiano, que a Venezuela estaria acolhendo guerrilheiros de seu país. A acusação não é nova, mas o momento é delicado. O governo venezuelano já havia, em novembro de 2009 pedido para o país se preparar para a guerra contra a Colômbia. Naquela oportunidade, houve troca de acusações e documentos na OEA, em que um país acusava o outro de se preparar para a guerra. Em fevereiro deste ano, Uribe e Chávez bateram boca durante a Cúpula do Grupo do Rio, no México. Desde o final do mandato de Alvaro Uribe (que fez seu sucessor com uma margem muito significativa de vantagem sobre o seu concorrente, um outsider do Partido Verde) o tom das acusações subiu de tom. Uribe chegou a afirmar que possuía evidências que comprovavam grupos guerrilheiros em solo venezuelano. Chegou a nomear os líderes guerrilheiros localizados: Ivan Marquez, Rodrigo Granda, Timoleón Jiménez e Germán Briceño (das Farc); além de Carlos Marín Guarín (do ELN). Em reunião da OEA, o embaixador da Colômbia no órgão, Luis Alfonso Hoyos, apresentou vídeos, fotos e testemunhos que procuravam provar que há 87 acampamentos das duas guerrilhas em solo venezuelano e pede que organismos internacionais confirmem as acusações. Em resposta, o embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton, alegou que as fotos aéreas mostradas como provas foram tiradas em território colombiano e afirma que Uribe é guiado pelos EUA.
Enfim, parece ser um tema para ser instrumentalizado na disputa eleitoral brasileira?

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