domingo, 4 de julho de 2010

IBOPE, Serra e Toledo


Minha opinião continua sendo que Serra parece a promessa latino-americana na Copa do Mundo, mas eu prefiro deixar que outros analisem os dados do IBOPE, já que estive submerso no curso que estava ministrando em Ipatinga e não tive tempo para analisar os dados do IBOPE. Nenhuma análise me convence, para ser sincero. Prefiro aguardar mais uma rodada de pesquisas. Alguns institutos de pesquisa oscilam em demasia e outros, nem tanto. Reproduzo, abaixo, o artigo de José Roberto de Toledo. Não me convence totalmente, mas demonstra o quanto o cenário atual exige malabarismos interpretativos: um retomaria o crescimento, mas é o outro que é favorito. Vai entender!

Serra empata e evita crise; Dilma cresce em favoritismo
Jose Roberto de Toledo
As pesquisas Ibope e Datafolha feitas após a veiculação dos comerciais de 30 segundos do PSDB salvaram a campanha de José Serra de uma crise. O tucano concentrou toda a sua propaganda em junho, para tentar barrar a ascensão de Dilma Rousseff (PT). Aos 45 do segundo tempo, ele conseguiu voltar a empatar com a petista.
Mas nem todos os problemas do tucano se acabaram. A mesma sondagem Ibope que põe os dois lado a lado nas simulações tanto de 1º quanto de 2º turno mostra que Dilma é cada vez mais favorita, ao menos na opinião dos eleitores. O seu favoritismo passou a ser apontado por 45% do eleitorado (era 40% há um mês). Só 34% acham que Serra vai ganhar a eleição. A percepção de vitória é um importante combustível de campanha -tanto do lado financeiro quanto do psicológico. Ainda segundo o Ibope, mais eleitores, principalmente do sexo feminino, se lembram de terem visto as propagandas de Serra, em comparação com as de Dilma. Isso pode explicar a oscilação positiva do tucano na última semana. Os spots de 30 segundos se misturam à programação da TV e do rádio e, por isso, são muito mais eficientes como propaganda eleitoral do que os programas partidários de 10 minutos. No dia 5 a corrida começa oficialmente. Dilma e Serra largam lado a lado, mas com bagagens muito diferentes. Ela faz de tudo para mimetizar Lula. Ele aposta no próprio currículo. E Marina Silva (PV) corre por fora, bem por fora. O início formal da campanha tem consequências práticas. Lula poderá repetir o nome de Dilma quantas vezes quiser, sem medo de ser multado de novo (seria a 7ª vez) pela Justiça eleitoral. Ao menos não por campanha antecipada. Lula tem sido o principal motor do crescimento de Dilma nas pesquisas. Por outro lado, começarão os debates entre os candidatos, e Dilma será o alvo preferencial de todos os adversários. A falta de experiência em eleições levanta dúvidas sobre seu desempenho nesses embates. Inclusive se ela irá ou não comparecer. O cenário econômico e a percepção de vitória favorecem a candidata governista, mas há 90 dias de campanha pela frente, com direito a discursos de improviso, entrevistas quebra-queixo, debates e propaganda no rádio e na TV. Como diz aquele forró, tudo pode acontecer, inclusive nada.

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