terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Minha experiência na gestão pública em tempos de chuva

Insisto que gestor público precisa estar presente em períodos de crise em seu território, como neste momento que as chuvas castigam vários municípios. Andar nas ruas, ver o sofrimento humano e exercitar a solidariedade e liderança. No final dos anos 1980 e início dos 90 atuei na SAR (Secretaria de Administrações Regionais, hoje Secretaria de Subprefeituras) de São Paulo. Acompanhava todas regionais das regiões norte e oeste. No final de outubro de 1989 a favela Nova República, localizada na regional Butantã, desabou. Eu acabara de chegar em casa e a Prefeita já havia enviado um outro carro para me pegar. Cheguei à favela embaixo de chuva e escuridão. De um lado, desolado e chorando, vi o administrador regional, o médico Nelson Bedin. Ele dizia que não havia dedicado a sua vida pela justiça social, se arriscando como militante de esquerda, para chegar a ver famílias de pessoas pobres sendo soterradas. Eu mesmo vi cenas que me deixaram perplexo.
O que quero destacar é que se o gestor público não passa por isto, vê os informes como números. Assim como um médico não pode se relacionar com a doença, mas com o ser humano, o gestor público precisa deste contato com a rua, com a população, com os cidadãos, principalmente em momentos de crise. Porque ao sentir, se humaniza e se conscientiza de seu papel de líder.

Um comentário:

Maria disse...

Segundo seus parâmetros, nosso governador Anastasia tomou pau na matéria então...