sexta-feira, 27 de maio de 2011

A sucessão do comando entre chimpanzés


Quando li, anos atrás, como se dava a sucessão no comando dos bandos de chimpanzés eu quase desisti. Estava patente que o clientelismo vem lá de longe e se encontra até na selva. A passagem abaixo está no livro de Drauzio Varella, "Macacos" (Publifolha):
Ao contrário das pequenas tropas dos gorilas, os chimpanzés formam comunidades de dezenas de indivíduos. Em grupos tão grandes, a força física deixa de ser a qualidade fundamental dos dominantes; por mais forte que um indivíduo seja, jamais poderá enfrentar sozinho uma coalizão formada contra ele. Diferentemente dos orangotangos e gorilas, o chimpanzé dominante não é necessariamente o mais forte, é aquele capaz de estabelecer alianças mais poderosas. A luta pelo poder, nesse caso, faz emergir a política como instrumento de dominância. Por exemplo, quando morre o dominante, e sua sucessão é disputada por dois ou três machos com hierarquia mal definida entre eles, é comum vê-los subir nas árvores e atirar as frutas mais apreciadas para o resto do bando, no chão. Uma vez eleitos para o posto de comando, jamais repetirão o gesto demagógico.

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