sexta-feira, 27 de maio de 2011

O causo de Marina Silva


Hoje, no debate com Marina Silva, fiz uma pergunta incômoda (reconheço) sobre a eleição do ano passado que revelou as contradições de um país que vota numa candidata com discurso avançado e contemporâneo ambientalista ao mesmo tempo que atraiu o voto dogmático e fundamentalista, ultra-conservador. A resposta foi diplomática, mas ela terminou com um "causo-piada" muito boa. Reproduzo a seguir:

"Um pagé foi procurado por sua aldeia para saber se teriam que estocar madeira em função do período de chuvas. A resposta do pagé foi: vai chover. Logo após a aldeia se dispersar, o pagé foi engolido pela dúvida. E se tivesse compreendido errado os sinais dos espíritos? Pelo sim, pelo não, ligou para o INPE e pergunou aos técnicos se havia previsão de chuvas na região dele. A resposta: vai chover. Desligou o telefone e convocou a tribo. Todos reunidos, sentenciou: os espíritos confirmaram e vai chover. A aldeia acelerou, a partir daí, a coleta de madeira para armazenar. Mas o pagé continuou com a pulga atrás da orelha e pensou: e se esse pessoal do INPE não estiver certo? Resolveu ligar novamente e perguntou: como é que vocês sabem que vai chover? A resposta do técnico foi: temos vários programas que calculam a velocidade dos ventos, a pressão atmosférica e o índice de umidade do ar, além dos cálculos de probabilidade. Mas, para termos certeza absoluta, depois de todos os cálculos nós visitamos várias aldeias. Se as tribos estiverem colhendo madeira com muita velocidade aí é certeza que vai chover mesmo."

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