
A entrevista de Fernando Pimentel na Folha de São Paulo de hoje (A14) é um retrato fidedigno do perfil desta nova liderança: burocrática, previsível, sem emoção, calculista.
Vou comentar algumas de suas pérolas:
1) "Dilma não ficará refém do PT". O que se discute é ela ser refém de Lula e do lulismo. Quem, hoje, é refém do PT? Obviamente que as correntes internas procuram se impor. Mas temos um bom teste neste momento: vejamos se as propostas aprovadas no 4o Congresso se transformarão em programa de governo de Dilma;
2) "O PT não pode ser a política no sentido de 30 anos atrás, quando fundamos o PT". Ele sugere que seja o partido da nova classe média. Ora, esta é a tese do lulismo. Ou seja: repete o que já existe. É como sugerir que o mundo se transforme no que já é. O interessante é que procura dar ares de autoridade e elaboração política. Para tanto, tenta desqualificar quem critica esta inflexão radical do petismo como se fosse passado;
3) "Acho o artigo do (André) Singer extremamente bem posto, mas prematuro". Se é bem posto não é prematuro; ou se é prematuro, não está posto. Típico discurso anódino, que procura manter a polidez na forma e a rejeição no conteúdo.
Uma entrevista que marca claramente o quanto as lideranças petistas mudaram.
Perfeita, Rudá, sua análise.
ResponderExcluirPimentel realmente virou, ou sempre foi, sei lá, um burocrata.
Depois da chanchada, para ser eufemistico, das eleições de 2008 em BH, ele piorou a arrogância. Ele defendeu desde 2004, e continua ainda, o acordo feito com Aécio para tirar o PT da PBH.
Isto provocou mais ainda o racha atual no PT mineiro.
Se ele não quer nem o PT nem o lulismo em Dilma, porque não pede para sair. Que vá para... qual partido???
Marcelo P.