
A montagem do ministério está sendo feito com muito cuidado. Dilma anunciou a área econômica e deu um chega-prá-lá em Lula. Focou o desenvolvimentismo e abandonou o "equilíbrio dinâmico" lulista, que sempre deu uma no cravo e outra na ferradura. Mas logo veio os ministros da área política. E aí Dilma cedeu às vontades de Lula. A palavra correta, possivelmente, não é ceder. Gilberto Carvalho e Palocci são operadores lulistas. Mas Palocci, desde ministro, circula como embaixador do alto clero empresarial. Na Casa Civil gerenciará a ação do conjunto de ministérios, perdendo o controle sobre o PAC e Minha Casa, Minha Vida. Aqui parece repousar certo maquiavelismo de Dilma. Porque se aproximou do empresariado ao deixar claro que vai é a "sua" área de controle e que adotará pulso firme. Daí o discurso coeso dos ministros da área, todos apontando para controle dos gastos públicos. Justamente uma relação (com o empresariado) que poderia despertar insegurança. Já a área política, das mais tensas (na relação com organizações populares que já se preparam para a dança da guerra e com governadores, partidos aliados e Congresso Nacional), será creditada (ou debitada) na conta de Lula. Se for crédito, nada acrescenta ao bônus lulista. Mas se for débito... Dilma terá um trunfo nas mãos.
Dilma está te surpreendendo, Rudá?
ResponderExcluirMuito, Luiz Henrique. Ela parece muito mais séria e objetiva que Lula. Lula é um político matreiro e sugeriu o tal equilíbrio (entre Meirelles e Mantega, por exemplo) que foi abandonado por Dilma. Vamos ver se terá jogo de cintura e um mínimo de carisma. Mas tenho a impressão que ela fai pacificar a oposição. Lula é leitor mais fiel à Maquiavel. Dilma é gestora.
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